O amor dele veio num frasco. Hermeticamente armazenado numa garrafa em forma de coração.
No inicio, ela transbordava de tão cheia... E eu me viciei naquela poção.
No inicio, ela transbordava de tão cheia... E eu me viciei naquela poção.
Bebia como se precisasse daquilo para viver, e depois de um tempo acho que de fato não viveria mais sem ele.
Porém eu fingia não ouvir ao me dizerem: quando acaba a ultima gota do frasco, também acaba o amor.
De tão embriagada acho que suguei mais do que devia.
Eu via o seu coração adoecendo e morrendo por dentro. Sua poção evaporava diante dos meus olhos. E eu tinha sede.
Procurei o seu amor em outros frascos, outras poções, mas não eram a mesma. Nenhuma tinha o mesmo sabor, o mesmo aroma, ou o jeito que formigava quando me tocava a língua.
Tenho sede, mas não posso me saciar. O amor dele já é só um gole por dia, apenas o suficiente para não me deixar ir embora... para eu não morrer de abstinência. No fundo, eu já sinto o amargo que que só chega no fim.
Tenho sede, mas também tenho medo. Pois quando acaba a ultima gota do frasco, também acaba o amor.
Um comentário:
nossa.... está inspiradíssima!!!!!!
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