quinta-feira, 13 de maio de 2010

Entre trancos e barrancos, tapas e beijos


Já até perdi a conta de quantos dias dos namorados já passamos juntos, quantas vezes dormimos juntos, em quantos Natais trocamos presentes, quantas brigas tivemos e quantas decepções colecionamos. A gente brigava que nem cão e gato. E o mais engraçado é que eu chamava ele de cachorrão e ele me chama de gatinho. Tinha quase certeza de que seriamos assim pra sempre. Me imaginava com 70 anos brigando pelos mesmos motivos! E quando enchia o saco, soltava uns 15 palavrões e ameaçava ir embora... E aí quando a coisa fica realmente feia, os dois começam a chorar e ficava tudo bem. E num desses dias que a gente estava de ovo virado, eu disse: “a merda é que eu não posso te ver chorar! Fico com mais pena de você do que de uma criança faminta da Etiópia”.

Mas eu o amava mesmo assim. Com todos os defeitos e as milhares de imperfeições! Não sei o que foi que aconteceu com a gente, só sei que nós não conseguíamos mais ficar separados. A melhor forma de descrever o que eu sentia é com um trecho do meu escritor favorito Caio Fernando de Abreu que dizia mais ou menos assim: “O meu gostar por você chegou a ser amor, pois eu me comovia vendo você. Meu Deus, como você me dói de vez em quando.”

Mas um amor de adolescente, raramente sobrevive a fase adulta. E nós terminamos, mas não só uma vez como todos os casais normais, mas muitas vezes! E nunca foi fácil. E sempre parecia que eu perdia o humor, a identidade, a razão. E aí a gente voltava e terminava de novo!

Um comentário:

Nathália M. Pimentel disse...

gente... parece q eu escrevi esse post! meu relacionamento é exatamente assim.. sem tirar nem por!
incluindo a parte dos '15 palavrões' e passando por 'os dois começam a chorar e fica tudo bem'. E, além disso, se tem alguém nessa vida que ame Caio Fernando Abreu, este alguém sou eu!
Me deu até medo, te juro!

Virei fã! Já tô seguindo!!!

Bjoooooos