sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Bons tempos de "Era uma vez"

Cena típica de churrascaria aos domingos. Um homem sentou próximo ao piano e começou a tocar. Repertório repleto de músicas famosas e alguns clássicos da Disney como A Pequena Sereia e a Bela e a Fera.

Eu como sempre fui maníaca compulsiva por esses dois filmes, reconheci as músicas logo que ouvi. Então a minha mãe começou a falar com uma pessoa na frente dela: "Ela (adoro essas pessoas que falam de você como se você não estivesse presente) adorava a Bela e a Fera. Ela passava o dia inteiro em frente a televisão vendo o filme, e aí quando acabava, ela me chamava para rebobinar a fita e colocar de novo. E ela via a mesma coisa de novo, o dia inteiro. Era quase uma lavagem cerebral! E aí quando nós íamos na locadora alugar um filme, eu perguntava: 'que filme você que levar?' e ela respondia 'A Bela e a Fera'".

E aí eu fiquei imaginando aquilo tudo, aquela menininha sentada no chão da sala olhando pra TV no alto, e foi me invadindo uma vontade tão louca de chorar que eu tive que levantar da mesa e entrar no banheiro. Eu não chorei, mas quis muito!

Mais tarde, falando com uma amiga no telefone e contando o episódio, conclui que me bateu uma saudade do tempo que passou e não volta mais. Saudade do final feliz. Saudade da minha infância, da minha inocência, da minha falta de preocupação, da Bela e a Fera. Saudade do amor que ultrapassa barreiras, preconceitos. Saudade de descobrir príncipes dentro de feras e não feras fantasiadas de príncipes!

Acho que a minha mãe tinha razão sobre a lavagem cerebral. Em todos os meus relacionamentos amorosos, eu sempre procurei os príncipes dentro das feras, e acho que acreditei que eles poderiam estar ali mais do que deveria.

Mas isso não é culpa da minha mãe. O problema é a gente, que adora brincar de casinha.

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