terça-feira, 17 de agosto de 2010

Se não der errado vai dar certo

Estava um dia desses conversando com a minha mãe sobre o grave carma de dedo podre que paira sobre nossa família. Não que a culpa seja dela. É mãe, tia, filha, sobrinha, neta... Todas nós fomos “abençoadas” com este dedinho sapeca e traiçoeiro que parece estar programado para selecionar, com cautela, todos os quesitos mais esquisitos que uma pessoa possa ter. E esse camarada meticulosamente escolhido “a dedo” está fadado a ser o ‘Sr. Seu Par’ que de perfeito não tem nada.

Eu não escolho errado porque eu gosto! Na verdade eu bem que tento me livrar dessa praga. Já comprei aquelas garrafinhas de água benta que vende na igreja e botei o danado do dedo de molho. Nada. Já amarrei fitinha de santo no dedo, dei 3 nozinhos e pedi para consertá-lo. Já lavei com sal grosso e passei incenso. Já tentei ameaças do tipo “Olha que eu deixo de fazer tua unha, hein? Vai ficar com uma cutícula horrorosa e um esmalte carcomido e todos os outros dedos vão rir da tua cara” ou então do tipo “Eu vou te enfiar no nariz, tá entendendo? NO NARIZ!”. Nada. Nada. Nada. Deve ser carma mesmo, só pode. O pior é que o dedo escolhe tudo de caso pensado só pra te sacanear. Te faz acreditar que está tudo bem, que vai ser diferente e, de repente: SURPRESA! Você acaba de adquirir mais um traste para sua coleção.

Já sei! A culpa é da vovó! Não que ela tenha passado por nada disso. Por sinal, meu avô era um homem Maravilhoso (com M maiúsculo). Acontece que antes dele, vovó disse que terminou uns três noivados. Chegava na hora H e ela se empirulitava deixando os coitados na porta da igreja com cara de tacho. Uma própria noiva em fuga.

Se vovó não tivesse saído por aí despedaçando os corações alheios, talvez a gente não pagasse o preço por isso até hoje. Valeu, vovó! Mandou bem, hein?! Mas eu não me abato fácil não. Afinal, um dedo é apenas um dedo! Comecei a praticar o budismo e sempre rezo pela alma dos meus antepassados mal amados para que eles encontrem a luz. Isso há de ajudar (espero eu)!

Me chame de maluca, mas eu ainda sou romântica a ponto de acreditar que exista por aí alguém que vai me amar o suficiente para me comple-men-tar (e não: completar), que me faça cafuné, que olhe nos meus olhos, que me beije com tesão, mas também com sentimento, que não seja perfeito (porque perfeito demais enjoa, que nem doce muito doce) e que vai me fazer feliz pelo simples prazer que é querer bem. Eu acredito que esse dia ainda vai chegar, e aí não vai ter dedo, canela, ou antebraço nenhum que me impeça. E se dessa vez não der errado... Então só pode dar certo.

Nenhum comentário: