domingo, 8 de agosto de 2010

O que o estomago não vê..

Era a primeira chopada do primeiro semestre da faculdade, no ano que prometia mudar sua vida e ampliaria sua rede social significativamente. Ou seja, a chance de conhecer alguém legal tinha aumentado e muito. E lá foi ela, agarrada na esperança, vestindo verde pra combinar.


Era um evento da faculdade de um curso onde 90% eram mulheres. Esse foi o primeiro sinal de que a coisa não ia ser boa, mas ela ignorou isso e ligou pra amiga convidando (entenda: intimando) para a batalha. E a amiga, companheira de guerra, saiu da sua casa, pegou o ônibus lotado e foi se perder entre as milhões de siglas existentes na cidade universitária.


Enquanto esperava a comparsa, dividiu uma garrafa de cerveja e uma porção de batatas fritas para entrar no clima no melhor estilo curtindo a vida adoiado - só faltou uma bolsa escrito ‘Salve Ferris’.


Além da empolgação natural do início da faculdade, ainda existia um agravante nesta história: ela tinha acabado de terminar o primeiro namoro, que havia durado 02 anos e tinha levado com ele a primeira vez mais importante na vida de uma mulher (ou pelo menos era, nesses tempos loucos, nunca se sabe). O que restava a ela? Sentar e chorar? Jamais! Essa fase já tinha passado. Se tornou adepta da arte de praticar o desapego. E até então, estava indo bem.


Começa a chopada, as mulheres vão chegando, mais mulheres... Mas cadê o som? Tinham roubado a fiação do lugar, acredite se quiser. A solução foi ligar o som do carro de alguém que estava lá, o que atraiu mais mulheres... E mais um pouco


Algumas músicas depois e homens foram avistados no local, e a amiga determinada resolve se aproximar da aglomeração, assim como quem não quer nada. E a poucos metros de distância ela sai de perto subitamente e volta com uma lata de cerveja. A amiga que estava ao lado ficou se perguntando por que ela foi tão longe comprar cerveja, mas quando viu a cara de horror dela, e entendeu tudo num único “Olha lá”.


Sim, era o ex-namorado entre o grupo. Mas como assim? O que ele estava fazendo lá se nem da faculdade ele era? Sim, essa é a pergunta que nos fazemos até hoje... E ainda carregava a nova namorada a tiracolo, aquela prima dele que ela sempre achou muito ‘dada’, que ficava jogando os cabelos nas festas de aniversário dele. Sexto sentido de mulher nunca erra, não tem jeito.


Ela que não fumava, já estava no segundo. E a cerveja tinha sido trocado pelo famoso Melzinho (aquela mistura de cachaça com corante que vem num recipiente de plástico bem fininho). Não há estomago que agüente a combinação cerveja+melzinho+cigarro+ex+namoradanova. Lá foi ela procurar um lugar pra se encostar, achou um carro e deitou em cima da capota dele. A amiga mais do que depressa correu em direção a vítima para evitar um constrangimento maior. Convenceu a pobre alma a se levantar do carro empoeirado e se sentar, mas o máximo que esta conseguiu foi dar dois passos pra frente e sentar na calçada, escondida atrás do carro.


E lá, escondida, no fundo do poço, eis que surge uma alma masculina todo "se querendo" e cheio de amor pra dar. A única reação vinda dela foi uma vomitada nos pés do pobre rapaz, que nada tinha a ver com a história e ainda assim queria beijá-la! Sim, eu estava lá e posso garantir que de fato aconteceu.


Moral da história 01: A arte do desapego só funciona quando a visualização do dito cujo não é possível. Se um homem quiser mesmo te beijar ele não vai desistir, mesmo que você vomite no pé dele.

Um comentário:

Anônimo disse...

É o velho ditado, quem quer faz, ou quando um não quer dois não fazem ou o que pe ora ser será... entendam como quisserem.

Sei que vc pode seguir todos os passos de como peder um homem em 1 minuto ou em 10 dias, se ele te quiser... ele corre atrás.