domingo, 8 de agosto de 2010

O céu é o limite

Eu não sei o que acontece, mas acho que é assim desde que eu comecei a namorar. Eu acabo me apaixonando pela pessoa e me esqueço de prestar atenção em onde ela está posicionada geograficamente.


O meu primeiro namorado morava na Ilha do Governador e eu no Flamengo, dois bairros do Rio de Janeiro. Levavam 2 ônibus e mais ou menos 1 hora para ele chegar na minha casa. Aquilo para mim era uma distância interminável. Morria de inveja da minha amiga cujo namorado morava praticamente na rua do lado. Ou então daquelas pessoas que diziam “meu namorado mora na casa da frente” ou “meu namorado mora no andar de baixo” e terminavam a frase com um risinho de satisfação no rosto. Que ódio!


Prometi a mim mesma que meu próximo namorado ia morar bem perto de mim e se, por um acaso, eu quisesse companhia às 2hs da manhã, ele não ia precisar de 2 ônibus e 1 hora pra chegar lá. Ok, você acha que eu estou exagerando. A Ilha nem é tão longe assim. Mas agora você vai perceber que isso acabou virando um carma na minha vida.


Estava eu viajando nas férias quando inesperadamente me apaixonei pelo amigo da minha prima. E é bem aí que as coisas começaram a piorar. Ele morava em Belém e eu no Rio de Janeiro. Tínhamos um Brasil inteiro de distância entre nós. Tentei lutar com todas as minhas forças contra aquele sentimento e depois de 7 dias seguidos chorando, eu me conformei. Aceitei que a gente não pode escolher por quem vai se apaixonar. E se o cara calhou de morar longe, sei lá, vai ver que era destino!


Comecei a aprender a contornar a situação. Fazia poupança pra poder arcar com as passagens aéreas e, a essa altura, já tinha visto centenas de filmes melosos que falavam de amor à distância. Sem falar nas músicas. Mas infelizmente não era pra ser. Não foi nem pela distância, ele que não prestava mesmo.


Mas eu nem tive tempo de respirar porque logo em seguida eu descobri uma grande afeição por um amigo de longa data e sem mais delongas já estávamos nos envolvendo. Esse morava em Macaé e eu pensei: “Que ótimo! Pelo menos esse mora no Estado do Rio de janeiro. Quem sabe o próximo namorado não mora no meu bairro?!”. Mas não durou muito tempo, pois mesmo com todo afeto que sentíamos um pelo outro, ele foi muito são e disse: “Melhor a gente esperar um pouco, porque a distância entre Macaé e Rio é muito grande e eu não sei se eu consigo lidar com isso agora". Confesso que fiquei meio chateada, principalmente porque eu já estava tão acostumada com a distância Belém/Rio, que eu achava que Macaé ficava praticamente no meu quintal.


Resolvi apelar pras orações. Pedi pra Deus que meu próximo namorado morasse em Copacabana, e pasmem! Ele ouviu minhas preces. Conheci o cara mais lindo, mais legal e mais perfeito de toda a minha vida. Me apaixonei perdidamente! Tudo estava ótimo se não fosse por um pequeno detalhe. Ele não morava em Copacabana, ele estava HOSPEDADO lá. Na verdade ele era um australiano que no momento residia na Inglaterra e estava no Brasil passando férias. De repente eu superei todas as minhas barreiras geográficas e fui parar em outro continente.


Fiquei pensando no que havia de errado e foi quando descobri que quando a gente pede alguma coisa em oração, nós temos que ser bem específicos mesmo! “Namorado do sexo masculino. Nacionalidade: Brasileiro. Residente no Estado do Rio de Janeiro no município do Rio de Janeiro, bairro de Copacabana. Endereço tal, CEP tal".


Confesso que foi engraçado- e irônico- quando o carinha de Macaé me ligou querendo voltar. “Desculpa querido, Macaé era perto de mais para mim. Meu namorado agora mora em outro continente". Juro que eu pensei que o menino fosse chorar de tanto arrependimento no telefone. Porém, mais uma vez não deu certo e dessa vez não foi por falta de sentimento e sim pela distância mesmo. Ok, eu admito que me superei. Era realmente muito longe!


Hoje em dia as coisas não melhoraram muito. Sempre que fofoco com as amigas sobre os gatinhos do momento, a primeira coisa que elas me perguntam é: Mas ele mora no Brasil? (Nem sempre a resposta é sim). Mas ultimamente tenho pensado numa coisa que sempre ouço: essa história de “os homens são de Marte e mulheres são de Vênus”. Fico muito intrigada com isso e penso “será que lá tem mesmo caras interessantes?” Pois, do jeito que as coisas andam, o meu próximo namorado?! De Marte... Fato!


Um comentário:

Anônimo disse...

Amor além ponte, além túnel, além da vida ou além mar... ótima chance de fracassar!