segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Guerra ao Amor

Quando se trata das atribulações da vida e, principalmente, do coração, seria tão mais fácil se tivesse alguém pra nos dizer o que fazer e qual direção seguir. Como uma receita de bolo: os conselhos certos na quantidade certa e pronto! Nada sairia errado. Neste intuito, fui consultar minha astróloga na esperança de ganhar algumas dicas. E lá veio ela cheia de previsões (não muito boas por sinal).


“Essa indicação começa em torno de março desse ano: Tenha cuidado com qualquer envolvimento que você tiver. A tendência é encontrar pessoas que, a principio, parecem incríveis, mas depois você percebe que elas são problemáticas, oportunistas, ou tem problemas de família, ou só querem te usar”. Só faltou dizer a hora, o local e a roupa que a pessoa estaria usando. Prestei muita atenção, lógico... Fiquei tão tensa que até pensei em não me envolver com ninguém durante o ano todo para não correr riscos.


Mas num belo dia, tomando um inofensivo Chopp com as amigas, eis que surge O cara! Óbvio que a última coisa que eu pensei foram nos conselhos da minha astróloga! (E quando foi que isso aconteceu mesmo?! Deixa eu lembrar... Março!)


O cara, a princípio exótico, tinha um ar de misterioso. Ex- soldado americano recém chegado do Iraque, lutador de vale-tudo, viajante e religioso fervoroso. Uma mistura incomum que fazia dele uma pessoa super interessante, de certo modo, até sensível e claro que um péssimo partido. Mas qual mulher não cai nas graças de um homem forte e cheio de sensibilidade? Você está lá carente, desanimada porém conformada com a vida e aí um par de olhos azuis aparece para tirar teu sossego.


Fiquei empolgadíssima! Adorava o jeito que a gente conversava, e como ele me olhava e dizia o quanto eu era linda. E tantas outras coisas que, na insanidade da minha cabeça, eu olhava pra ele e via um homem... sensível! Como quando ele me disse: “Olha, não se apaixone por mim, pois eu tenho problemas pra me envolver e eu não quero que você se machuque!”. Eu totalmente ignorei as palavras “não”,apaixone” e “problemas” misturadas numa mesma frase. Foi quase como se ele tivesse dito: “Se apaixone por mim porque eu me importo com você”. Eu ainda pensei: “Ai, que lindo! Ele não quer me machucar”. A louca!


Óbvio que daí em diante a coisa desandou. Cada vez mais ele me alertava e cada vez eu me apegava mais. Até que chegou o momento em que nos encontramos em pontos totalmente distintos. Ele super distante e eu super na dele. Como se a gente tivesse se encontrado no meio e partido daí pra lados opostos. E eu no auge de um momento de sanidade, não tive outra opção além de terminar. E lógico, fiquei numa dor de cotovelo sem tamanho, ouvindo a mesma música mais de 500 vezes (a mais “deprê” possível, claro).


O problema é que a gente sempre acha que o cara não quis dizer aquilo que ele disse. Por que quando o cara diz “Eu não quero você” a gente entende “Eu gosto de você, mas tenho medo de me envolver... Cuida de mim?” Ou quando ele diz: “Eu só quero o seu corpo” a gente entende “Eu gosto de você, mas tenho medo de me envolver... Cuida de mim?”


Aí nós buscamos lá no fundo aquele nosso lado mãe/psicóloga e achamos que vamos conseguir moldar o cara, até fazer daquele monte de argila um vaso lindo! Acredite: argila vai ser sempre argila, e um cara que não presta vai ser sempre um cara que não presta (pelo menos, não para você). E se você realmente quiser moldar alguma coisa, se inscreva num curso de cerâmica! E de uma vez por todas, não se iluda: quando o cara diz que ele não está afim de você, é simplesmente por que ele NÃO está afim de você!

Um comentário:

Anônimo disse...

Po, cara então faaaaalaaa logo: eu não gosto de vc; eu não te amo mais... etc... não enrola e vê se não faz isso na vespera do carnaval, do feriado, da copa, das ferias ou qq outra coisa do tipo...plnaejar o sofrimento alheio é sentença de maior sofrimento aos olhos de Deus